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segunda-feira, 17 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Agropecuária Daniela -
Um case de sucesso da pequena empresa no cluster da fruticultura irrigada
do vale do rio São Francisco.
(APRESENTADO no XXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, EDITADO NOS ANAIS DO ENEGEP,UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, 2003)
Prof. Dr. Luis
Eduardo Carvalheira de Mendonça (Unicap)
lcm@unicap.br ; lcm1702@gmail.com
Esta comunicação
relata o case de sucesso da Agropecuária Daniela, uma fazenda de 50 hectares,
situada na região do vale do Rio São Francisco. A empresa em foi agraciada, nos
anos 2000 e 2001, com o Prêmio Destaque Empresarial outorgado pelo SEBRAE-PE E
GRUPO GERDAU e integra o livro ‘Empresários Vencedores e suas histórias de
sucesso’, também editado pelo SEBRAE-PE
(Mendonça, 02).O ponto de vista defendido é que a empresa em tela vem obtendo sucesso em virtude de sua
integração em um mecanismo de desenvolvimento da região, típico de um
cluster.Tal superestrutura social, formatado institucionalmente como um Board,
denomina-se BGMB - BRAZILIAN GRAPE MARKETING BOARD e funciona como um dos
agentes catalisadores – de formação de pessoal, compras, vendas, logística e
marketing - da produção de uva da região, em especial para o mercado
internacional.
Palavras-chave: agricultura irrigada,
cluster, nordeste e pequena empresa.
1.Introdução
Das
terras da Agropecuária Daniela, às margens do Rio São Francisco, exporta-se a uva
que vai abastecer parte dos supermercados da Europa. Assim, é preciso que o
leitor faça um exercício de imaginação e veja-se comprando uva em uma loja da
cadeia britânica de supermercado Mark & Spencer e na caixa de papelão onde
se encontra a fruta, enxergue as marcas de duas firmas.Primeiro, o nome do
Trade BGMB - Brazilian Grape Marketing
Board – a organização responsável pelo merchandising internacional da
produção de uvas do Vale do São Francisco e, em segundo, a marca da
Agropecuária Daniela. Este é o caso da Agro-pecuária Daniela de propriedade de
Giovanni e Daniela Scanggiante, um casal de italianos que trocou as águas do
Grande Canal da cidade de Veneza, na Itália, pelas águas da região do
semi-árido do Rio São Francisco, o famoso velho Chico como também é conhecido,
que se localiza no Nordeste do Brasil.
Na verdade, o que chama atenção aqui é a materialidade, palpável e
tangível desta grande, longa e complexa operação.Não se trata de propriamente
de uma operação financeira e, portanto, gráfica e imaterial de investimentos de
ativos financeiros, hoje tão comum na globalização.Diz respeito concretamente à
uva verde, tipo Itália, plantada e colhida, aqui, no Nordeste, que faz esta
longa viagem de Petrolina para Londres.Para que isto aconteça, todavia, de
forma não aparente, porém, eficaz e eficiente, providências variadas ocorrem.
São desencadeadas operações diversificadas, complexas e seqüenciadas por
organizações dos mais diferentes formatos e profissionais das mais distintas
qualificações, tanto brasileiras quanto internacionais para que o consumidor
inglês possa chegar no supermercado e tenha condições, se desejar, de adquirir
a preços competitivos, a uva proveniente do São Francisco. Produção, manejo,
colheita, logística, finanças e marketing são as áreas da administração que vão
se alinhar para formar a cadeia produtiva que viabiliza este interessante e
atraente cluster em formação da
fruticultura irrigada.
O
conceito mais divulgado desta nova figura de desenvolvimento regional foi
criado por Michael Porter que assim o enunciou: “Os clusters (grupos,
agrupamentos ou aglomerados) são concentrações geográficas de empresas de
determinado setor de atividade e companhias correlatas de fornecedores de
insumos a instituições de ensino e clientes” (PORTER, 99).No documento
intitulado “Iniciativa Por Pernambuco - Uma Estratégia de Desenvolvimento com
base em Cadeias Produtivas para Pernambuco” o governo do Estado de Pernambuco
classifica a região da fruticultura irrigada, ao lado das áreas de turismo,
avicultura, médico-hospitalar, gesso e informática como clusters não maduros e
por isso mesmo alvos de atenção de políticas para sua formação”.(INICIATIVA POR
PERNAMBUCO GOV. PE,99). Ainda, em interessante artigo no mesmo sentido os Professores
Abraham Sicsú e Reynaldo Ferreira Junior
sustentam que a entidade clusters seria
um modelo normativo que pode ser
perseguido através de políticas conducentes a tal configuração. (SICSÚ E
FERREIRA JÚNIOR, 00)
2.O casal de empreendedores.
De forma não muito diferente de executivos de
empresas européias, Giovanni Scaggiante e sua esposa Daniela - pessoas que
estão na faixa dos cinqüenta anos – esperavam, no começo da década passada,
aproveitar a fase mais madura da vida passeando e viajando pelo mundo em busca
de conhecer pessoas e lugares interessantes. Nada mais justo.Seria um projeto
merecido para eles. A vida, entretanto, lhes reservara uma grande
surpresa.Convidados a participarem, como sócios capitalistas de um
empreendimento no Vale do São Francisco, eles , após um curto período de tempo,
acharam que iriam ter prejuízo e então resolveram assumir as rédeas de suas
aplicações. O cenário que se desenhou para eles foi, o seguinte: Sair de Veneza
para o Vale do São Francisco e imprimir novos rumos na vida, que significou
concretamente dar inicio a um empreendimento agrário no Brasil, no Vale do São
Francisco, território este que eles só conheciam de resultados e de relatos de
sucesso de patrícios vitoriosos. Não fora assim, o casal como experts em analise de empresas do ramo
de vinhos, não teriam sido sócio capitalista na área.Mas, uma coisa é eles
conhecerem as finanças e até terem auditado eventualmente empresas semelhantes
no mundo.Outra é mudar para um novo país de malas e bagagens, outra cultura,
outra economia e daí meter a mão na massa para do nada levar a cabo um projeto
de fazenda.
Mas, o que trouxeram da Itália? Trouxeram a
experiência de vida de pessoas viajadas e conectadas à economia
internacionalizada de hoje, o know-how de Giovanni ,adquirido na área de
empresas do setor vinícolo e valores do trabalho, da disciplina, da ordem, da
dedicação e do sentido da poupança, que apesar de intangíveis, vieram na cabeça
deles.
É
bom, lembrar ainda que a Itália é um país de forte tradição no cultivo de
vinhos e de tradição marcante no campo de empresas de pequeno e médio portes
bem sucedidas. A respeito deste assunto é importante considerar o fato de que a
Itália é um dos paises onde a taxa de mortalidade de empresas é
significativamente mais baixa do que no Brasil. Em matéria sobre Empreendedores
a Revista PEGN faz a seguinte comparação:. “Perto de 70% das micros e pequenas
empresas brasileiras fecham suas portas em até 42 meses de operação. Na Itália,
esse índice é de 13% e, nos Estados Unidos, oscila entre 10% e
20%”.(BERGAMASCO. 00) É uma nação que exporta tecnologia de gestão moderna de
micro e pequenas empresas e também oferece ao mundo formas associativas de
forte sinergia como é o caso dos clusters de moveis da região de Brianza , de Alimentação
em Parma, de Jóias de Arezzo e Valenza Pó, entre outros importantes conhecidos
no país, conforme destaca Michael Porter (apud ZACCARELLI, 00).
Para começar
as coisas nem sempre foram promissoras.Houve varias dificuldades e diversos
erros foram cometidos, tanto na área comportamental como na de relações do
trabalho.Pesaram contra eles a desinformação de traços da cultura brasileira, o
fato desta região ser uma área de conquista, e como costuma acontecer no mundo
inteiro, é sempre muito atraente para todo tipo de aventureiro, tanto patrão
como empregado.
Já no que diz respeito à sua inserção
na BGMB a integração do casal é total e entusiasta.Em certa medida, parece que
devido aos padrões de programação, qualidade e produtividade exigidos, tudo
indica que este mecanismo internacional os reintegrou à Europa.A declaração
abaixo de Giovanni dá a dimensão do que está afirmado.
“Aqui em Petrolina, a gente está com
sorte porque a gente está unida ao BGMB. O BGMB é um grupo de produtores que se
reuniu, que fundou uma associação, que está funcionando muito bem e que também
pode entrar o pequeno produtor. Eu sou vice-presidente desse grupo. O pequeno
tem condições de entrar nesse grupo. Tem condições de aumentar, de crescer. O importante é que ele
deve ter a mentalidade de grande empresa, tem que ter a mentalidade de produzir
uma uva de qualidade.Tem que ter a mentalidade de empresário. Tudo isso faz que
ele – pequeno – também seja um grande empresário. E tem a possibilidade de
exportar como um grande empresário. No Grupo a gente tem pequeno empresário,
com 6, 7 hectares de uva e está caminhando com a gente, ganhando dinheiro, e
está sobrevivendo, está crescendo como está crescendo uma grande empresa.Lá
fora o BGMB é um nome, é uma garantia de qualidade. Mas tudo junto. Portanto, o
grande para ficar em pé precisa também do pequeno.Eu acho que é uma das
melhores associações mundiais que a gente tem. A gente está com sucesso. Vou
dizer alguns dados para você. Essa associação começou a exportar 70, 80 mil caixas.
Agora a gente está mais ou menos com três milhões de caixas para exportar no
ano”.(SCCAGGIANTI, 02)
.
Giovanni
e Daniela estão mergulhados, de corpo e alma, no projeto de sua fazenda.Tudo
-dinheiro, raízes, trabalho, vida e esperança - está hoje fincado em Petrolina.
Eles passam um sentimento de adesão ao projeto, com crescente aquisição de
conhecimento sobre gestão de pessoas, sobre tecnologia produção de cultura e de
manejo de fruticulturas, de informações e busca de mercados, de criação de rede
de relacionamentos, de aperfeiçoamento de técnicas gerenciais de controle entre
as ferramentas principais praticadas, tudo levando a crer que, em virtude dessa
dedicação, a empresa vivencia um processo de desenvolvimento consistente.Está
longe, portanto, aquele cenário de serem somente sócios capitalistas do
empreendimento de outrem. Sobreviveram, portanto, ao ritmo frenético de tudo ou
nada dos investidores do Vale que freqüentemente entram capitalizados e
rapidamente empobrecem.A bem da verdade muitos proprietários de lotes que
iniciaram com eles estão hoje passando dificuldades
3.A empresa.
A empresa Agropecuária Daniela foi criada em 1996 e
está localizada no Perímetro Irrigado Nilo Coelho, lote 17, município de
Petrolina, em Pernambuco.O empreendedor que
investiu 200 mil dólares na região, desfrutando de todos os direitos de
cidadania brasileira. Dos 50 hectares que detém, 25 são destinados para Uva
verde de mesa.Seu principal mercado é o mercado externo e toda sua produção é
escoada para o consumidor europeu através da BGMB.Quando se associou a esta
organização, sua produção era de cinco mil caixas, hoje exporta quarenta, até
cinqüenta mil caixas. Emprega em torno
de 100 funcionários registrados e legalizados com carteira assinada, os quais
dão um rendimento a uma proporção de 3 a 3 1/5 homens por hectare, superior
portanto , a media da região que emprega em média 5h/ha.Esta rápida evolução deu-se, todavia
,em razão de sua integração no cluster como
veremos a seguir.
4.O cluster do Vale do São Francisco
Durante
as décadas de setenta e oitenta os esforços de desenvolvimento da agricultura
no país propiciaram alterações significativas na geografia econômica, social e
humana da região do Vale do São Francisco.Tais mudanças têm ocorrido
especialmente em razão da implantação de grandes investimentos públicos de
infra-estrutura rodoviárias e hídricas que atraíram novos capitais públicos e
privados para a mesma região provocando a “emergência de uma agricultura
empresarial” conforme documento da Embrapa, segundo o qual tais investimentos
resultaram em:
“Diversificação
da viticultura na área; grande expansão do território cultivado; maior aporte
tecnológico no setor; galpões climatizados e câmaras frias atingindo tanto
grandes como pequenos produtores dos projetos de irrigação. A produção de uva
no Nordeste concentra-se na região do Sub-médio São Francisco, onde sobressaem
os municípios de Santa Maria da Boa Vista e Petrolina, no Estado de Pernambuco,
com 54,05 da área cultivada, seguidos dos municípios de Juazeiro, Casa Nova,
Curaçá e Sento Sé, no Estado da Bahia, que detêm os 46% restantes da
área.”(EMBRAPA, 00).
Dado
relevante, também, diz respeito aos empregos gerados.As informações oficiais do
Ministério da Agricultura dão conta que: “A videira cultivada no Nordeste
aparece como aquela que proporciona a maior geração de empregos entre as
diversas culturas perenes e anuais, atingido mais de 5,0 empregos/ha/ano.
(BRASIL,97, CITADO EMBRAPA, 00) Em termos de estrutura social de posse das
áreas o documento da Embrapa ressalta ainda que a uva é uma cultura produzida
por diferentes estratos de produtores, com uma participação significativa dos
pequenos colonos dos projetos públicos de irrigação, que representam cerca de
70% do numero de viticultores, embora detenham somente 17% da área total
irrigada”.
Finalmente,
um dos aspetos da economia da região ressaltado por todos os empresários do
setor é a chamada política de “janelas” de comercialização das uvas nos
mercados interno e externo. Mas o que seriam essas “janelas” tão badaladas?
Seria uma grande vantagem que beneficia e favorece
toda esta região. Por que?
Vejamos o que diz o documento da Embrapa: “Convém ressaltar a especificidade da viticultura da
região semi-árida nordestina, em virtude da adaptação e do comportamento
diferenciado das plantas nestas condições climáticas. Assim sendo os processos
fisiológicos são acelerados, a propagação é muito rápida e em cerca de um ano e
meio, após o plantio, tem-se a primeira safra. Considerando-se que o ciclo da
produção oscila em torno de 120 dias , pode-se obter até duas safras e meia por
ano , mediante o manejo da irrigação e a
realização de podas programadas.Isto possibilita a produção durante todo o ano e
uma produtividade média da ordem
de 24/ha/ano, igual ou acima das obtidas nas demais regiões produtoras
brasileiras.Diferencial semelhante também é alcançado no plano internacional. A
produção do Vale do São Francisco é favorecida porque vende nas épocas normais
e também nos vazios deixados por paises grandes produtores de uva, com Espanha,
Israel e África do Sul. (EMBRAPA,OPUS CIT.)
A respeito, da
brecha aberta nestes mercados Reginaldo Viera, diretor da BGMB esclarece:
“O que seriam essas janelas? É um período em
que os outros países não estão exportando, por isso que a gente concentra nossa
exportação em abril e maio, e outubro e novembro. Então como a gente concentra,
no caso do abastecimento em outubro e novembro é quando o ciclo começa a chegar
em dezembro em dezembro. E nós mandamos até maio, porque em junho já começa
chegar a uva de Israel e começa a concorrer com a gente. A gente procura
colocar nossa uva de acordo com as janelas para não ter a competitividade”. (VIEIRA,
O2).
A formação
de organizações devotadas a conquistar e a defender espaços e interesses dos
produtores junto aos clientes nacionais e internacionais - isto é, a
concretização de investimentos no chamado capital social da região - dos
pequenos em cooperativas e, dos grandes produtores em associações como a
Associação dos produtores Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale
do São Francisco – Valexport, indica que as tecnologias de gestão
organizacionais adotadas estão alcançadas patamares mais complexos e modernos
revelando assim a face mais competitiva e moderna da região.Nesse sentido
merece destaque o aparecimento da superestrutura institucional denominada BGMB,
No próximo item, consideraçãoes relativas a este BOARD.
5.A
BGMB-Brazilian Grape Marketing Board.
Historiando suas origens, Reginaldo Vieira,
profissional da casa desde a sua fundação comenta:
“Muito recentemente, evoluímos de tal maneira
que uma das exigências é o controle de qualidade. Nós temos qualidade hoje,
nossa uva desfruta de qualidade na Europa. Conseguimos reduzir custos, frete
marítimo, frete rodoviário e de materiais e insumos. Nossas contas hoje são
feitas todas em pool, quando se agregam volumes, e ganhamos poder de barganha.
Nem todas as empresas aqui existiam. Há 10 anos atrás, foi quando nós criamos
um grupo para exportar. Tinha BGMB, mas, era uma coisa informal, era um grupo,
BGMB brasileiro. Um grupo informal que pertencia à Vale Export. A partir de 5
de março de 2002, nós criamos uma associação mesmo, registrada, com razão
social, com GCG e tudo.
Porque foi criada?
Porque, no passado, se fosse importar, não
poderia.Se você fosse comprar, o BGMB não poderia porque não tinha uma razão
social. Por exemplo: tem pequeno produtor que não pode importar 1000
sacolinhas. E o BGMB agora como empresa, pode trabalhar nisso e futuramente
fazer essa compra e depois repassar, porque o custo é muito alto. Importar mil
sacolinhas quando você importa 100 mil”.(VIEIRA, O2).
Sobre
sua composição Reginaldo Vieira informa que o BGMB reúne 19 associados. Dentre
eles, têm-se cooperativas, empresas de grande e médio porte e pequenos
produtores.
“De pequenos produtores eu citaria Agro
Aliança, a SAMBRA, a JMM e a Singer Agrícola que aderiu à BGMB recentemente. Em
termos de cooperativas, eu citaria Cooperativa Agrícola Juazeiro da Bahia –
CAJ_BA, que hoje são em torno de 50 cooperados, pequenos produtores; para
aderir ao BGMB ele entraria com uma cooperativa, como uma pequena empresa; você
agrupa 10 ou 20 produtores e entra como uma empresa, como exportadores. Nós
temos também o Carrefour, que tem 3 empresas aqui, que faz parte do Grupo, a
FRUTIMAR, aqui da Magnesita, a FRUTIVITA, e temos um caso de um pequeno
produtor também, a Agropecuária Daniela, do Sr. Giovanni, que atualmente é o
vice-presidente do Conselho de Administração da BGMB”.
(ENTREVISTA, O2).
Com base nos documentos do Board integram oficialmente a BGMB as
seguintes empresas: “Andorinhas Empreendimentos Ltda, Agricultura do Vale ltda
– Agrivale, Agro Aliança – Com. Imp. e Exp. Ltda, Agropecuária Labrunier Ltda,
Agropecuária Vale das Uvas Ltda, Agropecuária Orgânica do Vale S/A,
Agropecuária Daniela Ltda, Bella Fruta do Vale ltda, CAJ-BA – Cooperativa
Agrícola Juazeiro da Bahia Resp. Ltda, CYG Agrícola Imp. e Exp. Ltda, empresa
Brasileira de Frutas Tropicais Ltda – EBFT, Franbra Agropecuária Ltda, Frutex Exportação
e Importação ltda, Frutimag S/A, Frutivita S/A, JMM Agrícola Importadora e
Exportadora Ltda, Logos Butiá Agropecuária Ltda, mandacaru Comercial Ltda e
Santa Felicidade Agropecuária Ltda”. (BGMB, 02).
6.Conclusões
Com efeito, o papel do BGMB, como um dos catalisadores do cluster “em
formação” (INICIATIVA POR PERNAMBUCO, opus cit.) da fruticultura irrigada em
Petrolina é fundamental pelas seguintes razões:
i)
Congrega esforços de natureza cooperativa, criando uma condição de rede
de integração e cooperação horizontal entre as empresas da área;
ii)
Dá um salto qualitativo em
termos de uso de recursos não dependendo mais exclusivamente dos fatores
básicos e naturais de mercado;
iii)
Mobiliza, por esta mesma razão,
recursos de informação e de conhecimento dos participantes a respeito de
clientes e mercado, concorrentes e insumos e gestão;
iv)
Abandona o pressuposto clássico
e ultrapassado de desenvolvimento regional que depositava na ação exclusiva do
governo toda a responsabilidade de dirigir as estratégias de desenvolvimento
dos negócios em uma região.
Na verdade como evidenciam Fairbanks&
Lindsay, em estudo sobre os obstáculos ao desenvolvimento na América Latina,a
história do sucesso da exportação das
flores colombianas somente se alterou quando os empresários do setor resolveram
adotar novos comportamentos consistentes com sete novos padrões modernos de riqueza, a saber: “I)
desenvolvimento de fontes mais complexas de vantagem; II) investimento no
conhecimento de clientela mais exigente e sofisticada; III)compreensão e
melhoria da posição competitiva relativa; IV)estudo das oportunidades para
integração vertical; V) melhoria da cooperação entre as empresas; VI) empenho
em raciocínio produtivo e VII) controle das alavancas estratégicas de seu negócio”.(FAIRBANKS
&LINDSAY, 00).
Ora, a moldura institucional
do BGMB ora estudado, indica em grande medida, extensão e profundidade postura
semelhante dos empresários da fruticultura irrigada do Vale do São
Francisco.Ademais, é possível se inferir que, por um lado , o êxito da pequena empresa-Agropecuária
Daniela - se tornou realidade graças naturalmente ao espírito empreendedor
do casal -assunto trabalhado exaustivamente no livro (MENDONÇA, 02), mas , por
outro , a inserção da empresa na
plataforma do BGMB constituiu uma
catapulta fundamental e garantiu –lhe
um futuro promissor, como por sinal o próprio Giovanni declarou – “Acho que a
BGMB é uma das melhores associações mundiais do setor”.- na entrevista referida
acima.(SCAGGIANTI, 02).
REFERÊNCIAS:
BERGAMASCO, Cláudia, Esses
milhões que movem o mundo, Revista PEGN; Edit. Globo; Ano XIII – nº 144 –
janeiro 2001.
BGMB (Brazilian Grape
Marketing Board) – Ofício; Petrolina 17 de julho de 2002.
COELHO DE SOUZA LEÃO; JOSÉ
MONTEIRO SOARES. A viticultura no semi-árido brasileiro / editado por
Patrício. – Petrolina: Embrapa 2000.
VIERA, Reginaldo - Entrevista Concedida Ao
Autor da Comunicação. Petrolina.Julho de 2002.
FAIRBANKS, Michael, LINDSAY,
Stace; Arando o mar: fortalecendo as fontes ocultas do crescimento em países
em desenvolvimento; tradução Maria Motta – Rio de Janeiro: Qualitymark Ed.
2000.
MENDONÇA, Luis Carvalheira
de (org.) -Empresários vencedores e suas histórias de sucesso.-Recife:
Sebrae/PE 2002.
PORTER, Michael - Estratégia
Competitiva: Técnicas pra Analise de Industria e Concorrência
Rio:Campus,1996.
VALEXPORT – Há 14 anos
unindo forças para o desenvolvimento do vale do São Francisco e da fruticultura
brasileira. (documento s/data.).
SICSÚ, Abraham Benzaquem; Inovação
e região; Recife: Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, 2000.
SCAGGIANTI, Giovanni -
Entrevista Concedida Ao Autor da Comunicação.Petrolina.Julho de 2002.
ZACARELLI, Sergio – Estratégia
e sucesso nas empresas /S.Paulo: Saraiva, 2000.
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